domingo, 10 de agosto de 2008

07/08 - N. Alvorada/Águas Claras MS

Sexto Dia- 1962 Km

Passamos três dias por cidades distantes uma das outras e era difícil o acesso a internet.
Hoje com acesso vamos postar os relatos atrasados.
A saída de Alvorada foi a saída mais cedo que conseguimos até agora, as 7:20 no “horário nosso” pegamos a estrada forte.
Na cabeça tínhamos que chegar a Campo Grande fazer a revisão de 4000 da minha Bros e seguir viagem.
Até que chegamos cedo, 8h40 já estávamos negociando a revisão pra acabar o mais rápido possível.
A moto foi revisada, lavada e 10:40 entregue quase virgem pra pegar o estradão de novo.
Abastecemos na saída da cidade e comentamos com o frentista que ainda não tínhamos sido parados uma só vez.
Não deu nem 3km pra uma patrulha rodoviária nos parar.
A parada foi tranqüila, os guardas eram bem gente fina, perguntaram sobre a viagem, brincaram, insistiram pra gente voltar pra conhecer o Pantanal e Bonito porque se perdêssemos essa oportunidade não teríamos outra. Tão gente boa que valeu até foto nas motocas deles.
Na estrada de novo para águas claras, aceleramos retas de perder de vista no meio do cerrado, muito calor. A sede batia a cada 10 km.
Na cidade de Rio Pardo almoçamos e no próprio restaurante tinha umas redes de descanso e nem preciso dizer que a estrada teve de esperar um bocadim.
Abastecidos e descansados, seguimos.
Nossa média de velocidade tava ótima, os retões não acabavam, mas sentíamos que tava rendendo.
Porém numa das descidas desse sobe e desce o motor do Paulo deu um estalo e começou a bater igual a império da casa verde, paramos na hora.
Com a corda que ele trouxe na caixa de ferramentas, a Bros guinchou a XR por 20 km até um posto.
Faltavam + 30km pra próxima cidade e os 20 km guinchados até ali estavam sendo cansativos e perigosos.
No Posto, o frentista indicou um mecânico de águas claras que iria cobrar um real por quilometro rebocado, na hora o Paulo recusou, não porque era abuso, o preço é justo, mas não tínhamos como gastar aquilo, daríamos outro jeito. O mecânico por telefone entendeu e falou: “Guenta aí” e em meia hora chegou com o carro.
Na oficina dele o conhecemos melhor. Reginaldo, gente finíssima sem rasgação de seda, rapaz gente boa mesmo.
Conhecemos também o Max e o Karkça, os mecânicos.
Esse Karkça não é um dos melhores mecânicos que eu já conhecei, ele é, com certeza, o MELHOR que eu já conheci.
O que aconteceu na moto do Paulo foi o pino que segura o pistão na biela que quebrou.
Serviço pra 2, 3 dias em qualquer oficina em São Paulo e o cara desmontou o motor, resolveu o problema e montou em 3 horas de serviço.
Enquanto eles iam arrumando a moto, íamos conversando e a amizade foi formando.
Só que ficou tarde pra procurar hotel na cidade, acredita que os caras improvisaram dois colchões num espacinho na oficina, Reginaldo mobilizou todo mundo pra nos dar o maximo de conforto e atenção que conseguia dar e foi mais do que suficiente pra nós. Ajuda federal.
Mais uma vez o imprevisto nos deu a oportunidade de conhecermos pessoas simples e extremamente do bem.
Temos que agradecer a disposição do Karkça que mesmo depois de acordar cedo e dar um trampo forte no dia, ainda nos levou no seu carro “virtualmente” turbinado, pra tomar cerveja na cidade até 3 horas da manhã.
Dormimos bem, só acordei incomodado com umas picadas de pernilongo, mas mandei exposis no couro e dormi feito um anjo.